07-06-2012, 03:23 PM
O exemplo dos povos indígenas
No Brasil há pelo menos 220 etnias indígenas, e que os costumes não são iguais em todas elas, mas escrevi este texto para mostrar o exemplo do papel assumido pelos homens e mulheres em algumas sociedades indígenas. Na grande maioria das sociedades indígenas, o patriarcado impera, sem que nenhum dos lados seja oprimido ou desvalorizado. Porém o modelo de vida seguido por eles tem decaído com a constante intervenção do homem branco, instituições religiosas, e acreditem, até mesmo o feminazismo tem interferido na dinâmica familiar indígena. Por terem o seu território diminuído ou modificado por madeireiros, carvoeiros e fazendeiros, o homem indígena se vê obrigado a trabalhar fora para garantir o sustento de sua família, muitas vezes em condições sub-humanas, perdendo a honra de suas tradições e entrando cada vez mais em contato com a nossa cultura. Esse modo de vida afasta o homem indígena de seus semelhantes, de sua família e seus valores, muitas vezes deixando suas mulheres e família à deriva, simplesmente por não ter outra escolha.
O papel feminino nas comunidades indígenas consiste basicamente em assumir os trabalhos com animais domésticos, cuidar da roça familiar, da coleta de frutos e das crianças pequenas, fabricar os artigos de uso diário ( cerâmicas, redes, etc) e preparar os alimentos para o consumo Os homens dedicam-se à proteção da aldeia, a fabricação de ferramentas para a caça e pesca, e muitas vezes a difusão dos valores espirituais da comunidade 9 no caso do pajé ou xamã).
Rito de passagem: suportar a dor de picadas de muitas formigas marca a passagem do menino para a vida adulta
Percebam que antes da chegada do homem branco e da imposição da nossa cultura, nenhum dos lados, queixava-se destes papéis e nem diminuía as funções do outro, todos tinha plena consciência do papel de cada um era necessário ao bem estar de todos. A educação das crianças é trabalhada conforme seu sexo, os meninos acompanham os pais nas tarefas, assim como ocorre com as meninas com suas mães. Não é negado à criança o direito de exercer a sua curiosidade para entrar em contato com o mundo, por exemplo, é comum entre os indígenas permitir que as crianças toquem um formigueiro, ou nadem em rios desde pequenas sem atenção constante, para que assim saibam exatamente quais os riscos e descubram os riscos por si próprias. Claro que esses costumes não são iguais entre todas as etnias indígenas. Por isso reuni uma compilação de curiosidades entre diversas etnias:
![[Imagem: indio-amamentando.jpg]](http://1.bp.blogspot.com/_jOSx2tnixxc/Sni30vU0txI/AAAAAAAAKMc/stfn8zFgG2k/s400/indio-amamentando.jpg)
Entre os povos indígenas o seio não tem qualquer valor erótico, sendo visto única e exclusivamente como meio de alimentação de crianças pequenas ( e entre a etnia guajá, há o costume de amamentar animais silvestres)
Arara
As mulheres dessa tribo usam como roupa apenas uma espécie de cinto chamado uluri, feito de entrecasca de árvore. A presença dele significa que a mulher não está disponível sexualmente, a aproximação só acontece quando ela o retira. Se, por acaso, esse cinto se romper a mulher se sente nua e desprotegida. No ritual de passagem que marca a transição entre a infância e a vida adulta, os meninos ficam reclusos na casa dos homens e têm que passar por sofrimentos físicos e dar novas provas de força. Embora não haja um espaço físico determinado, as meninas também têm que cumprir alguns rituais de passagem.
Parakanã
Entre esses índios a amizade formal, que pressupõe deveres, troca de presentes e outras obrigações sociais, se dá apenas entre os indivíduos do mesmo sexo.
Antes dos 10 ou 12 anos, é o adulto que escolhe o companheiro da criança. Depois dessa idade, a amizade é ritualizada durante a festa do cigarro.
Na casa cerimonial, eles dançam, um par de cada vez, e fumam até entrar em transe para conversar com os espíritos. As mulheres também realizam esse ritual mas nas próprias casas, e não podem fumar.
Cabe aos homens derrubar e limpar o terreno para o roçado, mas o plantio e a colheita são tarefas exclusivamente femininas, com exceção da roça de fumo, onde as mulheres não podem nem entrar.
Tikuna
As meninas da tribo Tikuna são submetidas a um ritual de iniciação quando ficam menstruadas. A festa sempre acontece na lua cheia, que representa beleza, bondade e sabedoria. Para esta comemoração os índios, além de enfeites para as virgens, fabricam máscaras de monstros e macacos.
Um dos índios usa uma máscara com cara de serpente e incorpora o espírito do principal personagem do ritual, um monstro que vivia na água. Durante os festejos o monstro faz gestos obscenos que divertem a tribo. Ele também ronda o cubículo onde a menina fica reclusa batendo com um bastão no chão. Durante três dias e três noites essa garota é protegida por duas tias que aproveitam o tempo dando conselhos: para ser uma boa mulher Tikuna, ela deve ser ativa, trabalhadeira e respeitar o marido.
Obviamente existem muitas etnias indígenas com costumes diferenciados onde em alguns casos até mesmo a poligamia e permitida. O que eu gostaria mesmo de ressaltar são o respeito mútuo entre os gêneros e a consciência de cada um de seus papéis, onde mulheres são criadas para serem mulheres, e homens são criados para serem homens, sem que ninguém questione a forma como isso é feito a milhares de anos.
No Brasil há pelo menos 220 etnias indígenas, e que os costumes não são iguais em todas elas, mas escrevi este texto para mostrar o exemplo do papel assumido pelos homens e mulheres em algumas sociedades indígenas. Na grande maioria das sociedades indígenas, o patriarcado impera, sem que nenhum dos lados seja oprimido ou desvalorizado. Porém o modelo de vida seguido por eles tem decaído com a constante intervenção do homem branco, instituições religiosas, e acreditem, até mesmo o feminazismo tem interferido na dinâmica familiar indígena. Por terem o seu território diminuído ou modificado por madeireiros, carvoeiros e fazendeiros, o homem indígena se vê obrigado a trabalhar fora para garantir o sustento de sua família, muitas vezes em condições sub-humanas, perdendo a honra de suas tradições e entrando cada vez mais em contato com a nossa cultura. Esse modo de vida afasta o homem indígena de seus semelhantes, de sua família e seus valores, muitas vezes deixando suas mulheres e família à deriva, simplesmente por não ter outra escolha.
O papel feminino nas comunidades indígenas consiste basicamente em assumir os trabalhos com animais domésticos, cuidar da roça familiar, da coleta de frutos e das crianças pequenas, fabricar os artigos de uso diário ( cerâmicas, redes, etc) e preparar os alimentos para o consumo Os homens dedicam-se à proteção da aldeia, a fabricação de ferramentas para a caça e pesca, e muitas vezes a difusão dos valores espirituais da comunidade 9 no caso do pajé ou xamã).
![[Imagem: 0.jpg]](http://i3.ytimg.com/vi/G1rqW5ya96c/0.jpg)
Rito de passagem: suportar a dor de picadas de muitas formigas marca a passagem do menino para a vida adulta
Percebam que antes da chegada do homem branco e da imposição da nossa cultura, nenhum dos lados, queixava-se destes papéis e nem diminuía as funções do outro, todos tinha plena consciência do papel de cada um era necessário ao bem estar de todos. A educação das crianças é trabalhada conforme seu sexo, os meninos acompanham os pais nas tarefas, assim como ocorre com as meninas com suas mães. Não é negado à criança o direito de exercer a sua curiosidade para entrar em contato com o mundo, por exemplo, é comum entre os indígenas permitir que as crianças toquem um formigueiro, ou nadem em rios desde pequenas sem atenção constante, para que assim saibam exatamente quais os riscos e descubram os riscos por si próprias. Claro que esses costumes não são iguais entre todas as etnias indígenas. Por isso reuni uma compilação de curiosidades entre diversas etnias:
![[Imagem: indio-amamentando.jpg]](http://1.bp.blogspot.com/_jOSx2tnixxc/Sni30vU0txI/AAAAAAAAKMc/stfn8zFgG2k/s400/indio-amamentando.jpg)
Entre os povos indígenas o seio não tem qualquer valor erótico, sendo visto única e exclusivamente como meio de alimentação de crianças pequenas ( e entre a etnia guajá, há o costume de amamentar animais silvestres)
Arara
As mulheres dessa tribo usam como roupa apenas uma espécie de cinto chamado uluri, feito de entrecasca de árvore. A presença dele significa que a mulher não está disponível sexualmente, a aproximação só acontece quando ela o retira. Se, por acaso, esse cinto se romper a mulher se sente nua e desprotegida. No ritual de passagem que marca a transição entre a infância e a vida adulta, os meninos ficam reclusos na casa dos homens e têm que passar por sofrimentos físicos e dar novas provas de força. Embora não haja um espaço físico determinado, as meninas também têm que cumprir alguns rituais de passagem.
Parakanã
Entre esses índios a amizade formal, que pressupõe deveres, troca de presentes e outras obrigações sociais, se dá apenas entre os indivíduos do mesmo sexo.
Antes dos 10 ou 12 anos, é o adulto que escolhe o companheiro da criança. Depois dessa idade, a amizade é ritualizada durante a festa do cigarro.
Na casa cerimonial, eles dançam, um par de cada vez, e fumam até entrar em transe para conversar com os espíritos. As mulheres também realizam esse ritual mas nas próprias casas, e não podem fumar.
Cabe aos homens derrubar e limpar o terreno para o roçado, mas o plantio e a colheita são tarefas exclusivamente femininas, com exceção da roça de fumo, onde as mulheres não podem nem entrar.
Tikuna
As meninas da tribo Tikuna são submetidas a um ritual de iniciação quando ficam menstruadas. A festa sempre acontece na lua cheia, que representa beleza, bondade e sabedoria. Para esta comemoração os índios, além de enfeites para as virgens, fabricam máscaras de monstros e macacos.
Um dos índios usa uma máscara com cara de serpente e incorpora o espírito do principal personagem do ritual, um monstro que vivia na água. Durante os festejos o monstro faz gestos obscenos que divertem a tribo. Ele também ronda o cubículo onde a menina fica reclusa batendo com um bastão no chão. Durante três dias e três noites essa garota é protegida por duas tias que aproveitam o tempo dando conselhos: para ser uma boa mulher Tikuna, ela deve ser ativa, trabalhadeira e respeitar o marido.
Obviamente existem muitas etnias indígenas com costumes diferenciados onde em alguns casos até mesmo a poligamia e permitida. O que eu gostaria mesmo de ressaltar são o respeito mútuo entre os gêneros e a consciência de cada um de seus papéis, onde mulheres são criadas para serem mulheres, e homens são criados para serem homens, sem que ninguém questione a forma como isso é feito a milhares de anos.