27-02-2020, 05:58 PM
(21-02-2020, 02:33 AM)Wild Escreveu: [...]
Até onde a gente deve lutar para que as nossas parceiras tenham suas próprias conquistas? Ou é melhor redirecionar isso delas de forma que, como falei no outro tópico, a gente não esteja "fabricando armas contra nós mesmos"?
Eu sei que a gente tem que fazer o bem sem olhar a quem, e que não temos o direito de privar ninguém das suas próprias realizações, tal coisa seria desumana, mas até onde vai nosso dever de ajudar?
Pode parecer uma pergunta boba, mas vejo implicações complexas. Depois falo mais um pouco do que acho, mas quero ouvir a opinião de vocês.
Eu acho a pergunta muito pertinente para os confrades que pensam num relacionamento duradouro.
Penso que quando duas pessoas estão unidas pelo casamento se tornam uma família, e a família é prioridade. Dentro disso homens e mulheres tem papéis distintos, adequados a natureza de cada um. Mulheres ganhando mais que os homens e assumindo as contas da família é uma inversão de papéis, que só da certo se a mulher for masculina e o homem feminino, que é o menos comum.
E. V. nos alerta de que as mulheres não tem em si mesmas a vontade de se desenvolverem como nós homens, pois isso não é da natureza do feminino. Então a meu ver é errado lutarmos para que elas tenham suas próprias conquistas. O que devemos fazer é apoiá-las naquilo que elas desejam por iniciativa própria, mas sempre tendo em mente que a família é prioridade, não a mulher.
Esther Vilar Escreveu:Se, em virtude das suas observações, toma conhecimento de que sua mulher ocupa tantas horas do dia a cozinhar, limpar e lavar a louça, não conclui que essas ocupações a satisfazem, porque correspondem de uma forma ideal às suas necessidades espirituais. Pensa que é justamente isso que a impede de fazer tudo o mais e esforça-se por colocar à sua disposição máquinas de lavar louça automáticas, aspiradores e refeições prontas a
servir, que a aliviem desses trabalhos estúpidos e lhe permitam fazer uma vida igual à que ele sonha para si próprio.
Mas ficará desiludido: em vez da mulher começar a viver uma vida espiritual, mais rica, a preocupar-se com política, histórica ou com a origem do Universo, utilizará o tempo ganho para fazer bolos, passar a ferro a roupa interior, coser folhinhos ou, se for muito dinâmica, para colar decalques de florinhas no vaso sanitário.
Como o homem tem que acreditar, ou melhor, como a mulher lhe faz crer (qual o homem que dá autêntico valor à roupa interior passada a ferro, padrões com flores ou bolos que não vêm da confeitaria?) que tudo isso é necessário para a vida, ou, pelo menos, faz parte da cultura, ele inventa a máquina automática de passar a ferro, a massa para bolos pronta a usar e o papel higiênico enfeitado industrialmente. Mas ainda não é então que a mulher começa a ler, a preocupar-se com a política. E a investigação do Universo continua a deixá-la completamente indiferente. O tempo que ela poupou vem-lhe mesmo a jeito: poderá finalmente preocupar-se consigo própria. E como se sabe que é totalmente alheia a necessidades espirituais, entende por isso, como é evidente, a preocupação com o seu aspecto exterior.
O homem que ama a mulher e nada deseja tão intensamente como a sua felicidade, também a acompanha nesta fase: produz para ela batons à prova de beijo, make-up para os olhos à prova de água, aparelhos que não necessitam ser passados a ferro, calcinhas para usar e jogar fora. Ao fazê-lo o homem continua a visar o mesmo objetivo: que tudo isso tenha um fim, que todas as necessidades vitais específicas da mulher – que ele crê ser “por natureza, mais delicada e sensível” – que lhe são estranhas, por conseguinte “superiores”, sejam satisfeitas, e que ela faça, enfim, da sua vida, a única coisa que ele acha que tem valor: a vida de um homem livre.
E aguarda. Como a mulher não se dirige a ele por iniciativa própria, começa a atraí-la ao seu mundo: propaga a co-educação nas escolas para que ela se habitue, desde tenra idade, ao seu estilo de vida. Chama-a para as suas universidades, utilizando todos os pretextos possíveis, para a iniciar nos segredos por ele descobertos, na esperança que ela adquira gosto pelas coisas importantes, graças ao contato direto com elas. O homem
faculta-lhe o acesso aos cargos honorários mais elevados, exercidos até agora unicamente por ele (e prescinde de tradições que lhe são sagradas) e incita-a à tomada de consciência do seu direito político de voto para que ela possa modificar, segundo as suas concepções, o sistema de administração governamental por ele inventado (talvez, em matéria de política, ele espere que da intervenção dele resulte a paz, já que lhe atribui carisma pacifista).
O Homem Domado, p. 13 e 14
Se a conquista que ela deseja irá sacrificar a família, esta não deve ser apoiada. Se ela insistir, não convém atrapalhar, apenas deixá-la trilhar seu caminho, pois como já dito aqui pelo Pragakham, não temos nota fiscal da mulher.
Spoiler:
E sete mulheres naquele dia lançarão mão de um homem, dizendo: Nós comeremos do nosso pão, e nos vestiremos do que é nosso; tão-somente queremos ser chamadas pelo teu nome; tira o nosso opróbrio. - Isaías 4:1