02-05-2014, 10:59 PM
Não podemos nos esquecer do maior poeta português!
Soneto de Luís Vaz de Camões sobre o amor:
Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente
É dor que desatina sem doer;
É um não querer mais que bem querer;
É solitário andar por entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder;
É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata lealdade.
Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo amor?
Resumo:
O poeta já começa ressaltando a natureza contraditória do amor. "Arde sem se ver, dói e não se sente...", ou seja, é interno, seus efeitos imediatos são invisíveis aos olhos dos outros, mas pra quem o experimenta as consequências são bem claras.
No segundo quarteto ele continua expondo a natureza contraditória do amor, e finaliza dizendo: "É cuidar que se ganha em se perder;", ou seja, amar, ou estar apaixonado, é se convencer que está ganhando algo enquanto na verdade se está perdendo.
O primeiro terceto ele já começa expondo o segredo da paixão, a conivência da "vítima". "É querer estar preso por vontade". A paixão faz com que o apaixonado queira estar apaixonado, e a mera propabilidade da paixão ser perdida causa desconforto no próprio apaixonado. Ele continua: "É servir a quem vence, o vencedor;". Não estou certo quanto a esta frase, mas me parece que o vencedor é o apaixonado, e quem "vence o vencedor" é justamente aquele que é o objeto de paixão. Ou seja, o apaixonado serve a quem o venceu, àquele que despertou sua paixão. Neste contexto, ele finaliza o primeiro terceto: "É ter por quem nos mata lealdade".
Ele finaliza como começou, ressaltando a contradição do amor. Como o amor, que desperta esse mundaréu de contradições no coração das pessoas, pode também despertar a união? Como esse sentimento pode fazer com que pessoas se unam?
Sou apenas um leitor leigo, os confrades mais experientes em literatura podem corrigir caso eu tenha falado besteira.
Soneto de Luís Vaz de Camões sobre o amor:
Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente
É dor que desatina sem doer;
É um não querer mais que bem querer;
É solitário andar por entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder;
É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata lealdade.
Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo amor?
Resumo:
O poeta já começa ressaltando a natureza contraditória do amor. "Arde sem se ver, dói e não se sente...", ou seja, é interno, seus efeitos imediatos são invisíveis aos olhos dos outros, mas pra quem o experimenta as consequências são bem claras.
No segundo quarteto ele continua expondo a natureza contraditória do amor, e finaliza dizendo: "É cuidar que se ganha em se perder;", ou seja, amar, ou estar apaixonado, é se convencer que está ganhando algo enquanto na verdade se está perdendo.
O primeiro terceto ele já começa expondo o segredo da paixão, a conivência da "vítima". "É querer estar preso por vontade". A paixão faz com que o apaixonado queira estar apaixonado, e a mera propabilidade da paixão ser perdida causa desconforto no próprio apaixonado. Ele continua: "É servir a quem vence, o vencedor;". Não estou certo quanto a esta frase, mas me parece que o vencedor é o apaixonado, e quem "vence o vencedor" é justamente aquele que é o objeto de paixão. Ou seja, o apaixonado serve a quem o venceu, àquele que despertou sua paixão. Neste contexto, ele finaliza o primeiro terceto: "É ter por quem nos mata lealdade".
Ele finaliza como começou, ressaltando a contradição do amor. Como o amor, que desperta esse mundaréu de contradições no coração das pessoas, pode também despertar a união? Como esse sentimento pode fazer com que pessoas se unam?
Sou apenas um leitor leigo, os confrades mais experientes em literatura podem corrigir caso eu tenha falado besteira.